Título original: Truth or Dare Direção: Jeff Wadlow O novo terror sob produção de Jason Blum, conhecido pelas películas Corra!, Atividade Paranormal, A Entidade, entre outros que fazem o terror do séc XXI viver em constante expectativa de crescimento, não segue a mesma linha dos citados anteriormente. Com uma história referenciada em filmes consagrados pelo público do “terror teen”, Verdade ou Desafio mais parece uma experimentação de estudo do que um filme de fato. A história envolve um grupo de jovens que viaja ao México para um período de diversão, como manda a lei dos “terror teen”, no meio de uma festa, são convidados por um estranho para jogar “verdade ou desafio” em uma construção em ruínas, logo eles percebem que ao entrar no jogo, atraíram um demônio poderoso. Já de início nos é apresentada o que parece ser uma referência a O massacre da serra elétrica, com uma cena que se inicia em um posto de gasolina no meio do deserto. O que causa brilho nos olhos de qualquer fã do terror clássico em primeiro momento, é logo suprimido por uma introdução rápida que reflete o vazio que o filme em sua íntegra carrega. Elementos que parecem ser de duas produções de forte público são evidenciadas na transição do primeiro para o segundo ato: a maldição que passa de uma pessoa para outra, talvez referência ao bom filme It Follows, e a rotatividade do efeito da maldição sobre um grupo de pessoas, calculado inicialmente por uma fotografia, lembrando Premonição. Mas apesar das referências, o filme utiliza mal a brincadeira homônima à película, quando além de imprimir romances e brigas causadas por motivos menores à uma perseguição demoníaca já consciente pelo grupo, também esquece das próprias regras do jogo, forçando os personagens a por vezes executarem desafios quando inicialmente pediram por “verdade”, um roteiro sem sentido e previsível. Os efeitos também não agradam, apesar da boa idéia em diferenciar por meio da expressão facial os gestos que o demônio Calux impõe sobre os afetados pela maldição, a estética não surte o mínimo efeito de causar apreensão, chegando até a parecer cômico em alguns momentos. Além, detalhes como lanternas de celular com um alcance militar empregam certo amadorismo da parte dos efeitos visuais. Por fim, após clássicos instantâneos do terror recente, como A Bruxa, Corra! ou IT: a coisa nos darem todo o indício de que o terror possa voltar aos poucos ao que foi nos anos 1970 e 1980, algumas produções como Verdade ou Desafio nos mostra que a aposta a um apelo mais comercial ainda trava a ascensão do gênero em questão.
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Amante dos filmes de terror clássicos e de um trash mal feito, é cinefotógrafo e tem o hábito de ver um filme no mínimo duas vezes: uma analisando o geral e outra analisando apenas a fotografia. Além, Igor é membro fundador da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Norte (ACCiRN).
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